Por Transporta Brasil - Antonio Wrobleski Filho
Nos últimos anos o Brasil se transformou. Com medidas acertadas na organização do Estado, que coincidiram com a aceleração da globalização, o país se inseriu definitivamente na economia mundial.
Nos últimos anos o Brasil se transformou. Com medidas acertadas na organização do Estado, que coincidiram com a aceleração da globalização, o país se inseriu definitivamente na economia mundial.
Diante dessa nova realidade, do rápido desenvolvimento industrial, inclusive com a entrada de players que ignoravam até então o mercado brasileiro, e da inédita estabilidade financeira, as empresas se viram diante de situações anteriormente desconhecidas ou pouco relevantes. A mais importante era a sobrevivência em um cenário que, do dia para a noite, se tornou extremamente competitivo.
Companhias acostumadas a equilibrar seus balanços em engenharias financeiras possíveis diante da bagunça monetária vigente até os anos 90 perceberam que havia chegado o momento de serem eficientes. Dentro desse contexto, a logística emergiu como solução. Ficou claro que dentro de todo o processo de movimentação e armazenagem de produtos existia bastante espaço para a diminuição de custos operacionais. Para isso, no entanto, era necessário muito planejamento e especialização.
Nesse sentido, as empresas se deram conta de que para se tirar proveito da logística era necessário um grau de competência e capacidade de investimento que elas não conseguiriam (ou não compensaria) suportar internamente. A solução, na maioria dos casos, foi a terceirização. Dessa maneira, a logística deixou de ser apenas uma etapa do comércio e tornou-se, individualmente, um segmento da economia com o estabelecimento dos operadores logísticos.
Atualmente, essas companhias especializadas são parceiras das maiores empresas do país e responsáveis pela imensa maioria das inovações absorvidas pela atividade. Houve enorme evolução no planejamento, com a introdução de conceitos de gerenciamento da cadeia produtiva e de distribuição, entre outros, recursos tecnológicos são amplamente empregados para o controle das operações, aumentando a segurança e a eficiência de todo o processo e também ocorreu uma intensa capacitação da mão de obra. Os resultados para as empresas são incontestáveis.
Da mesma maneira, o segmento de operadores logísticos também prosperou. Se no início este era um ramo que apenas absorvia investimentos sem retorno imediato, hoje seus controladores começam a colher os frutos.
Em um estudo ainda inédito da AWRO Associados Logística e Participações, “Logística, um ensaio da realidade”, foram identificadas 44 companhias do segmento com receita anual superior a R$ 5 bilhões. Ficou constatado também que a demanda por serviços de logística cresce em um ritmo três vezes mais acelerado que o do PIB e essa equação, devido às diversas variáveis analisadas pelo estudo, vai se manter durante muitos anos. Por isso tudo, apenas a iniciativa privada, inclusive grandes fundos de investimento, pretende despejar cerca de R$ 20 bilhões em investimentos no setor.
Sem dúvida é um cenário promissor, mas, em um outro ponto significativo identificado pelo estudo, a logística se tornará a cada dia mais um negócio para poucos e grandes. O grau de profissionalismo alcançado pela atividade exige investimentos bilionários e a capacidade de esperar por retornos de médio e longo prazos que, em alguns casos, pode ser de até 20 anos.
A tendência é ocorrer uma concentração de mercado entre poucas dezenas de operadores logísticos. Fusões e aquisições se tornaram freqüentes e devem se acentuar. Os empresários interessados nesse setor devem, obrigatoriamente, considerar essas movimentações.
Enfim, a atividade logística finalmente amadureceu no Brasil. Hoje oferece ricos benefícios para aqueles que a utilizam de maneira correta e rende dividendos para os investidores. Para que o ambiente se torne ideal, basta a contrapartida governamental na reconstrução da infraestrutura. E mesmo nesse ponto, embora de maneira mais lenta, também estão ocorrendo avanços. Bons tempos aguardam o setor.
Antonio Wrobleski Filho é sócio da Awro Associados Logística e Participações. É engenheiro com pós-graduação em Finanças, MBA pela N.Y.U. e foi presidente da Ryder Logística.
Fonte: www.transportabrasil.com.br
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